Os olhos fechados e os olhos abertos

Tenho sonhos estranhos. Às vezes sonho o princípio de um livro, acordo e ligo o portátil para apontar ideias. Outras vezes sonho quase livros inteiros, ou a ideia inteira do livro, acordo e ligo o portátil, mas esqueço tudo porque é muita dose de ideia. Retenho os princípios, mais uma vez. No dia a seguir aos sonhos, leio obsessivamente, a antever, e prever, se isto é vida para mim. De dia os sonhos descem à terra, tudo é muito bonito e real que dói de olhos abertos. Os fios nos postes de electricidade continuam a baloiçar no vento como quando era criança, mas não há papagaios de papel que lá se emaranhem. Nem sei se as crianças hoje sabem o que é um papagaio de papel. Deve ser um sonho. De olhos fechados.

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