Descida
A sinceridade é boa para o amor e a literatura existencialista. A poesia é um fingimento, uma descida surrealista de imagens esboroadas no íntimo do poeta. O poeta pretende agarrar, mas o seu objecto escapa poema dentro, fica a sós na técnica. Com as imagens surrealistas; e ordena-as, se tanto. Escrever é dor, mas raramente atinge picos de desespero como na poesia, em que a ordem de marcha é gorar as expectativas da própria frase, ou verso, e que tudo continue a fazer algum sentido. Que se lhe sinta a música. Dissonante, de teclas partidas.
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