Como diz Otelo a Desdémona - «devemos obedecer ao tempo» -, a propósito de um tempo efectivo para amar, também a mais corriqueira das ânsias lhe obedece; não é só os prazeres mais sublimes da vida - e isso traz-nos alguma satisfação de vingança, ou um alívio súbito por nos sabermos tão pouco bafejados pelo divino (não suportaríamos o amor infinito no tempo), quando o tempo encarrega-se de nos mostrar a sua presença em tudo o que toca. Pergunto-me ainda: no que não toca o tempo, excluindo o escritor de céus que é a nossa consciência?
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