Habituar o corpo à eternidade

No princípio era o vazio, e o vazio era preto. Depois veio a vida para que, nós, vindos daqui e dali, ganhássemos acuidade para ver o vazio deixado para trás. E contemplássemos, com os sentidos do corpo e da vida, esse vazio. Essa eternidade nas cores estendida. O vazio vem agora, toca-me o corpo. Mas o corpo não está habituado. Precisa de ver, cheirar, tactear. Conhecer. E lá vai ele, desde que abre os olhos e chora pela primeira vez.

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