O conhecimento imediato do ruído

O som que me anima é distante
e desconheço que incerteza possui
na lama de um poder caótico -
sempre caótico que teima enlear-me.

Mas eis a vida, sugerindo frases, noites de Verão, abraços vespertinos, arabescos como ombros imperfeitos onde chorar sem razão aparente. Ei-la, cantando pelo desenho do leito de um rio abundante e tímido como as raízes expostas ao Sol, cicatriz ferrada por tigres leucísticos, lua omnisciente no tratado da alma imensa, descendo como lenha ao fragor humano e inspirador.

Era uma noite vazia
eu eu eu
ninguém -
espreitando a inbeleza da mulher
da música concreta e definitiva,
Era um Sol crescendo só em mim
e não aquecia,

rosnava, julgava e enviava-me ao lugar de início. Hoje encontro-me e divido-me na tua espera. Puxo a cadeira para trás como um fantasma farpado. Sinto o coração eléctrico. Onde estou, estou de pé. Toco, limpo, resguardo e sopro o melhor para o teu lado. Se vieres.

Sem comentários:

Enviar um comentário