Só pode ser a gozar

Lembro-me de Miguel Real no Jornal de Letras. Sempre assíduo na crítica literária, mas em espaços à volta também. Escreve muito, mas nunca apreciei a sua prosa, nem crítica, sempre de encômios quase automáticos aos grandes nomes [Saramago e Pessoa à cabeça]. E assim tem sido. Agora, parece, lançou-se a Deus, que diz banal e não senhor da História não senhor, e ao Catolicismo com unhas e dentes. Não interessa que Miguel Real só destaque a religião, e a ICAR, pela negativa, escondendo o positivo porque sim. A mim interessa-me mais numa perspectiva pessoal e de crítica íntima a Deus, fora da religião enquanto forma institucional. E está a ir bem, é um orgulho nacional... Porque, dígamo-lo já, é mais grato guerrear com o Miguel Real, enformado pela universidade, e por isso com melhor pulso, do que com o pacóvio do Saramago, que é fraquinho e só vaidade oca. Tem um sentimento mais profundo e melhor conhecimento das pessoas, circunstâncias, costumes. E por isso faz pensar, o Miguel. Diz coisas de Santo! Como ele sabe tanto destas coisas de vida de padre! Esta é uma delas (neste artigo do DN):

A religião nunca morre porque não é encarada a sério, apenas como consolo da mente e suavização da vida, depois cada um faz a sua vida sem nada ligar à igreja. E, sobretudo, como esperança do futuro.

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