Um filme é um lugar protegido e artificial. Vem das mecânicas da estética que assim seja. Se fosse o contrário, não era um filme em primeiro lugar.
Então, um filme em que gostaria de viver: A Face in The Crowd, de Elia Kazan. Aquele Lonesome Rhodes a gritar no vazio por entre arranha-céus americanos enquanto a música swing negra se afasta. Sim, é um bom lugar para se viver.
Um filme em que não gostaria de viver: Taste of Cherry, de Abbas Kiarostami. Este filme é um dos meus all-time favorites, mas a perspectiva de ter um psycho numa terra pouco menos desolada do que a Lua a pedir-me para o enterrar na terra fresca, parece terrífico.
Dois filmes para duas ligações: ser parte de ou não ser. Podia continuar ad infinitum, com mais propostas, mas estes foram os que me vieram à cabeça depois de tomar um soporífero. Já estou a navegar com os peixinhos, as pernas sabem que tocam o chão, mas, no tempo, não sei quem são. Vou dormir.
Sem comentários:
Enviar um comentário